VIVA
PENAFIEL DITOSO PAI QUE TAL FILHO DEU.
Falar
de Mário de Oliveira, não formaria sentido se antes não lembrasse-mos Zeferino de Oliveira seu pai, nascido na Casa da Lapa, da freguesia de Croca a
4 de Fevereiro de 1870, filho de respeitáveis e honrados proprietários, emigrou
para o Brasil aos 17 anos e enriqueceu tantos Portugueses… porém a fortuna
(filha do trabalho e das privações) bafejou Zeferino de Oliveira.
Falar
deste Homem, será falar de honestidade, lealdade, e particularmente
solidariedade será falar de um homem de negócios que o reteve no Brasil, sem
que permitisse que se falasse de medalhas, bandeiras, inaugurações ou
condecorações.
Actualmente, várias são as opiniões destas ilustres
personalidades através de mensagens, mails, bloguers e facebook de Arlindo onde foi possível
actualizar e verificar como diz na COMISSÃO PRÓ-PENAFIEL e O PARQUE ZEFERINO DE
OLIVEIRA», da actualidade e da questão das obras no Sameiro.
“A Comissão que visava construir o parque em volta do Santuário,
resultou da iniciativa do escritor penafidelense Ernesto de Melo e acabou por
congregar as figuras mais visíveis da nossa burguesia mais bairrista e alguns
dos penafidelenses mais ilustres daquele tempo espalhados pelo país e até
residentes em solo brasileiro. Foi o caso do Coronel Nobre da Veiga, do
comendador José Viana e do maior benemérito penafidelense do século XX,
Zeferino de Oliveira.
Durante anos algumas dezenas de homens e mulheres criaram
iniciativas dinamizadoras da vida citadina, com o intuito de granjearem meios
com que foram pagando os salários dos trabalhadores que iam executando as
obras ditadas pelo engenho dos mais cultos e capazes da dita comissão. Até
que um dia Zeferino de Oliveira chamou a si os custos e alguma da direcção dos
trabalhos, num exemplo de bairrismo que não encontrou paralelo, porque já
existente em várias áreas, desde a assistência alimentar aos mais pobres,
à saúde, à protecção social, ao ensino, cultura e tudo o que tivesse a ver
com Penafiel e Portugal.
“----“
Aquele parque é e vai continuar a ser, apesar do atentado, o
exemplo do melhor de Penafiel, da sua gente, do seu espírito empreendedor, da
razão pelo que um dos nossos, um dia, lhe chamou « A Melhor Terra do Mundo”.
“----“
“Por seu lado o Bloguer alto do Sameiro, opina “Só
por ter sido filho de um dos beneméritos de Penafiel, não justifica que o seu
nome figure numa das artérias da zona antiga e nobre da cidade. Uma vez
perguntei a alguém que trabalhava no Museu Municipal de Penafiel sobre Mário de
Oliveira. A resposta foi breve e lacónica: “gastou a fortuna que seu pai lhe
deixou”.
Apesar do filho de Zeferino de Oliveira, ter
contribuído para a obra do altar do Santuário da Nossa Senhora da Piedade,
penso não ser matéria de vulto para honrar com o seu nome um espaço que vai da
rua do Carmo ao Largo dos Capuchos.
Há um nome muito parecido que em substituição iria
para aquela rua: o de Maria de Oliveira. Esta senhora nasceu em Penafiel no dia
3 de Março de 1930 e fundou a Obra das Gaiatas, algo muito parecido com a obra
do Padre Américo. Este virou-se para os rapazes e Maria de Oliveira recolhia
raparigas abandonadas.
A 31 de Maio de 1947, esta senhora entrou para o
Convento das Escravas do Sagrado Coração de Jesus, saindo duas vezes. Professou
a 25 de Março de 1958 mas saiu definitivamente a 10 de Março 1963, para se
dedicar às crianças desvalidas. Foi numa viagem por Trás-os-Montes para
espairecer, instalando-se em Valpaços a 5 de Agosto de 1963 e aí recolheu as
primeiras crianças. Em 1976,
a Obra das Gaiatas já tinha a seu cargo cerca de 80
crianças. Maria de Oliveira, uma penafidelense a merecer um olhar mais atento
pela Comissão Toponímica de Penafiel.”
“----“
Opiniões
são opiniões, no entanto o Jornal o “TEMPO 1931” e a “TOPONÍMIA
PENAFIDELENSE” descrevem que apesar de Zeferino de Oliveira ter merecido com
muito mérito todos os elogios, aí permaneceu e continuou com enormes
contributos em prol do mais desfavorecidos até que a morte lhe sobreveio em
Junho de 1929.
E
é isso, sobretudo, que queremos ressaltar aqui, apoiando a homenagem do Governo
Português a esse brasileiro digno, e rendendo o preito do nosso respeito e
admiração a tão devotado e sincero amigo de Portugal e de Penafiel.
Desde
muitos anos Zeferino de Oliveira subsidiava o hospital da misericórdia de
Penafiel, onde, além do mais, instituiu ás suas exclusivas expensas, a sopa
para os pobres, distribuída diariamente a 50 pessoas necessitadas.
Em
Croca, freguesia do seu nascimento, dava uma casa para a Escola Pública e
fornecia a esta todo o material escolar, favorecendo assim os alunos pobres,
além de contribuir com uma mensalidade para a Junta de Freguesia, destinada a
socorrer a pobreza local.
O
que os portugueses do Brasil entretanto ignoraram de modo mais completo é o que
ele fez em Portugal mais propriamente em Penafiel, continuando a obra
patriótica e humanitária do pai, que foi um grande benemérito da sua terra.
Morto
o grande benemérito, benemérito da sua pátria, à qual, entre muitos serviços
legou a cadeira de Estudos Camonianos da Universidade de Lisboa, tinha-se como
certo términos dessa obra de bondade, e a notícia causou dupla e profunda
consternação a todos os penafidelenses, como encheu de pesar a todos os
portugueses.
Logo
depois verifica-se entretanto que só havia uma coisa a lamentar a perda do
valoroso cidadão porque a obra por ele mantida seria continuada por seu filho.
È de facto, assim foi. O Sr. Mário de Oliveira, sem alarde dando curso aos seus
sentimentos de humanidade e rendendo culto por tão elevadíssima forma á memória
do pai manteve e mantém todos os donativos e subvenções instituídos por
Zeferino de Oliveira.
Nascido no Brasil Mário de Oliveira cumpriu
escrupulosamente os desejos deixados pelo seu pai em testamento, no que
respeita à criação de algumas obras e ao término de outras, prestando assim a
sua homenagem ao seu pai.
Esta
homenagem, que ousamos tributar aos maiores beneméritos, do nosso hospital, nos
últimos tempos, não é mais que satisfação plena de todos os bons penafidelenses
que de pioram a perda do Pai, mas exultaram pela sucessão de tão digno Filho
transmissor emérito da sua grandiosa obra de assistência e de progresso. Por
consequência dando-lhes as honras do editorial de hoje, com a fotogravura. Do
homenageado, cremos haver contribuído com o máximo do nosso bairrismo, para o
engrandecimento da nossa terra e daqueles que, por qualquer título, a
prestigiaram. Eis o artigo:
«O amor a Portugal, que tão alto
eleva a tradição e a nobreza do nosso povo, não é um sentimento exclusivo dos
portugueses: prolonga-se, difunde-se e transmite-se através de seus filhos,
herdeiros do nome, da crença, do carácter, da sensibilidade e do civismo dos
pais. Amplia-se de geração em geração pelo mundo afora – ampliando na História
e no tempo o próprio espírito da Raça.
São de todo o dia os factos.
Filhos de Portugueses, nascidos em outras terras, cidadãos de outras Pátrias,
nutrem por Portugal um profundo respeito, um amor sincero e arraigado, misto de
admiração e simpatia, uma dedicação afectuosa, um carinho positivo filial. E a
nossa pátria, por vezes se vivifica, e resplandece, ao calor desse sentimento
nobre fraterno e amigo.
No Brasil, pela própria
importância da nossa emigração, pelos imperativos de ordem social, pelo
deteriorismo histórico, pela existência de uma língua e de uma raça comuns, o
fenómeno desenvolveu-se tomando foros de regra geral. Bons brasileiros, amantes
da sua pátria, os filhos de portugueses, salvo excepções inconfiguráveis, são
também os amigos de Portugal, sentindo connosco os anseios, as alegrias, os
exaltamentos e as tristezas da terra distantes o que é, incontestavelmente,
motivo de intenso jubilo e continua satisfação para nós.
E, neste momento, é-nos
particularmente grato citar aqui um grande exemplo o nome de um brasileiro que
deve ser estimado e querido pelos portugueses. Como a continuação do próprio
nome de seu pai.
Referimo-nos ao Sr. Mário de
Oliveira, filho inesquecível Português que foi Zeferino de Oliveira, e moço de
virtudes invulgares, inteligência nova do Brasil novo, industrial oneroso e
culto, alma bem formada, cidadão brasileiro que ama tanto a terra de seu pai
amou a terra de seus filhos, onde conquistou renome, admiração e fortuna.
O Governo português acaba de tomar
a iniciativa de condecorar o Sr. Mário de Oliveira com a Comenda da ordem
Militar de Cristo. O momento é, portanto oportuno para a divulgação de certos
factos que os portugueses desconhecem, em parte pelo menos, factos que o elevam
cada vez mais na nossa admiração, elevando e divinizando nos nossos pensamentos
o culto pala memória de seu pai.
São conhecidos já diversos actos
de filantropia praticados por esse moço ilustre, a quem afortuna não envaidece
nem transforma a nobreza do carácter. Muitos outros porem permanece e
permanecerão para sempre no nosso desconhecimento, porque assim determina a
dignidade dos seus sentimentos profundamente humanitários, sinceramente
cristãs, a sua mentalidade, formada na escola do pai, que foi a escola da vida.
Há pouco mais de dois anos
passados deu duzentos contos de reis para a fundação, nesta capital do
sanitário Zeferino de Oliveira, que é a beneficência Portuguesa para os
tuberculosos...».
Dentro
do programa regionalista e sobretudo, entusiastas sinceros, pelo progresso da
nossa terra, gostosamente queremos associarmos às postas considerações que de
além-mar, nos são transmitidas por intermédio do “ Diário Português”, acerca do
rasgo de benemerência do saudoso Zeferino de Oliveira, para com Penafiel, sua
terra Natal – gesto esse felizmente continuado por seu ilustre filho Mário de
Oliveira, já agora, figura de maior destaque no nosso meio social.
E
por que o Sr. Mário de Oliveira conquanto brasileiro de nascença tão
espontaneamente manteve a obra de seu pai, como ainda a ampliou de seu
moto-próprio, com promessa de continuar, a ser o seu fiel intérprete, vamos
transcrever o belo artigo que, sob a epigrafe: BRASILEIROS AMIGOS DE PORTUGAL,
publica aquele importante jornal do rio de Janeiro, em data de 10 de Outubro de
corrente ano.
Salienta-se entre beneficências de Mário de Oliveira custear o
altar do santuário da nossa Senhora da Piedade e a cantina escolar de Croca, apesar
de aceitar de boa vontade a atribuição do seu nome.
Nestes últimos quatro anos, essas contribuições somavam
avultadas quantias, como prova de boa vontade com que estava e está concorrendo
para auxiliar a pobreza daquela terra Duriense, o juvenil industrial teve ainda
há pouco um gesto bastante significativo. Sabendo que havia uma subscrição
aberta para a construção de um pavilhão para moléstias infecciosas, no hospital
da Misericórdia de Penafiel, mandou encerra-la e prontificou-se a entrar, como
entrou, com a importância que faltava para a execução da Obra.
A não ser o próprio Zeferino de Oliveira, filho algum de
Penafiel se poderá igualar ao Sr. Mário de Oliveira na generosidade demonstrada
para com a terra de um saudoso pai razão porque ainda há pouca nas grandes
festas promovidas pelo hospital da Misericórdia de Penafiel, em homenagem a
Zeferino de Oliveira, o seu nome foi também alvo de altas manifestações e
homenagens. Nos jardins fronteiros ao hospital foi inaugurado o busto de
Zeferino de Oliveira, sendo a solenidade presidida pelo capitão Arrochela Lobo,
Presidente da Câmara Municipal de Penafiel. E no salão nobre da humanitária instituição
foram colocados os retratos a óleo do grande benemérito e de seu filho, sendo
pronunciados diversos discursos de elogios e agradecimentos aos benefícios
prestados ao hospital e á pobreza infantil.
Por isso o acto do Governo português, tomando a iniciativa de
condecorar ao Sr. Mário de Oliveira com a comenda da Ordem Militar de Cristo,
reveste-se de inteira justiça.
E por isso também damos realce a esta nota, afim de que se
tornem conhecidos s sentimentos de amizade do ilustre brasileiro, pelo nosso
povo e os benefícios que tem prestado a Portugal, benefícios e sentimentos que
o tornam credor da estima e da gratidão de todos os Portugueses
E porque foi para dar cumprimento à vontade do pai, que se deslocou
algumas vezes a Penafiel, como aconteceu a 12 de Outubro de 1934 em que
juntamente com a sua esposa visitaram a cidade pela primeira vez após a morte
de seu pai Zeferino de Oliveira.
Recebidos com grandes aclamações, foram conduzidos à Câmara
Municipal de Penafiel para lhe ser entregue o diploma de Cidadão Honorário e após
esta cerimónia dirigiram-se para a rua do hospital para o descerramento da
placa com o seu nome.
Esta rua situa-se entre a Rua do Carmo e o Largo Santo António
dos Capuchos.
Posteriormente, dirigiram-se para o edifício do hospital da
Misericórdia onde decorreu o lançamento da primeira pedra para a construção do
Pavilhão do Isolamento, cuja obra o seu pai contribuía com donativos.
Um agradecimento especial a Fernando Oliveira pela pesquisa efectuada nos jornais da época jornal "O Tempo" e que permitiu que este trabalho fosse elaborado.
Obrigado amigo!
Obrigado amigo!
Biografia:
Diário Português
Sousa António Gomes de
Coelho Manuel Ferreira
Moreira Beça
Arlindo António
Pesquisa Oliveira Fernando