EM PENAFIEL
Penafiel homenageou o escritor Mário
de Carvalho nos dias 4, 5 e 6 de Outubro de 2013, no Escritaria.
Mário de Carvalho é um escritor
especial que por força das circunstâncias fui obrigado a entender e a ler com
afeição. De origem alentejana, Mário
Costa Martins de Carvalho nasceu em Lisboa, na maternidade Alfredo da Costa 25
de Setembro de 1944, 1944. Após uma breve passagem por Setúbal, a família
instalou-se definitivamente na capital onde o seu pai foi um agente comercial
bem-sucedido.
As frequentes deslocações a
Alvalade onde tinha família, na própria vila e numa herdade próxima, o Monte da
Vinha, deixaram-lhe a viva memória desse Alentejo da infância. E, bem assim,
das situações de miséria e humilhação presenciadas nos tempos em que os
camponeses trabalhavam de Sol a Sol e as forças policiais procediam como num
país ocupado.
A avó um dia mostrou-lhe um poço
em que estiveram escondidos dentro de um saco de lona os livros de seu pai, na
ocasião em que ele foi preso pela polícia política, ainda solteiro. Nessa
altura, contaram-lhe mais tarde, seu pai e os companheiros de prisão foram
brutalmente espancados.
Aprendeu a ler antes dos cinco
anos, ensinado pela mãe, com a ajuda da «Cartilha Maternal» de João de Deus.
Descobriu, nesses tempos, colecções d’ «O Mosquito», do «Capitão Morgan», e
«Texas Jack» deixadas pelos familiares que já tinham crescido. Ainda não haviam
chegado os tempos de «o Cavaleiro Andante» e «O Mundo de Aventuras». Mas Tintim
anunciava-se com um comparsa chamado Capitão Rosa, um cão chamado Ron-rom e um
amigo distraído, conhecido por Professor Pintadinho de Branco. Foi durante umas
férias em Alvalade que o pai lhe trouxe um exemplar de «As Aventuras de Tom
Sawyer» da Biblioteca dos Rapazes. Seguir-se-iam «A Ilha do Tesouro» de
Stevenson e «A Ilha de Coral» de Ballantyne.
Tornou-se um defensor dos direitos, liberdades e garantias exilado na Suécia num regime totalitário.
Tornou-se um defensor dos direitos, liberdades e garantias exilado na Suécia num regime totalitário.
Licenciado em direito pela Faculdade
de Direito de Lisboa, em 1971, foi preso pela PIDE, que o submeteu onze dias à
tortura do sono, acabando por cumprir 14 meses de prisão, repartidos nos
estabelecimentos prisionais de Peniche e Caxias.
Tal como outros deportados,
voltou á sua terra depois do 25 de Abril.
Várias obras encontram-se
publicadas e outras prontas a publicar tais como “A LIBERDADE DE PÁTIO” já
revisto e paginado o inédito, a ser lançado em Outubro de 2013.
“A ARTE DE MORRER LONGE” está em fase de tradução por Marie-Hélène Piwnik de acordo com contrato recém -celebrado com a Editora Les Allusifs, para edição conjunta em França e Canadá, antes do final de 2013.
“Um Deus Passeando Pela Brisa Da
Tarde “- 14ª edição já disponível nas livrarias.
Novelas19 de Setembro de 2013
Pelo Escritaria já passaram e
foram homenageados grandes nomes da literatura como Urbano Tavares Rodrigues,
José Saramago, Agustina Bessa - Luís , Mia Couto , António Lobo Antunes e agora
Mário de Carvalho.
Parabéns Penafiel.
Novelas19 de Setembro de 2013
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