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sábado, 27 de abril de 2013

MEDICINA - LEMBRAR O NEUROCIRURGIÃO!

Doutor António Nogueira Rocha Melo
Novelas

Não esqueço, este desenlace era esperado, mas nem isso diminuiu a brutal sensação de perda quando a noticia chegou.
Faz no dia 30 de Abril de 2013 seis anos, que desapareceu de entre nós o Neurocirurgião Dr. António Nogueira Rocha Melo.  

No seu funeral, eu e alguns amigos representamos Novelas, recordamos o seu passado, reconhecemos a família, os locais que frequentou, a sua aldeia, a sua cidade, o seu trabalho e sobretudo a suas qualidades como Homem, como mestre e como investigador na medicina que o tornou por dedicação e mérito próprio, no primeiro neurocirurgião do Porto e dos primeiros do País.
Vou tentar abreviar apesar de existir muito a descrever do Mestre Neurocirurgião Doutor Rocha Melo assim conhecido:
Natural da freguesia de Novelas na Casa da Tulha onde nasceu, este médico conforme já foi narrado por toda a sua equipe, especializou-se em Neurocirurgia quando completou o seu estágio em Edimburgo na Escócia em 1957 onde aprendeu as mais sofisticadas técnicas para operar o cérebro humano dando inicio ao paradigma de uma maior esperança de vida.
O histórico dos alunos que com ele trabalharam e que com ele conviveram durante aproximadamente 40 anos, retrataram o princípio dos anos sessenta quando iniciaram a sua preparação no serviço de Neurologia do Hospital de Santo António, sob a direcção do Dr. Corino de Andrade, regressava nessa época o Dr. Rocha Melo da Escócia onde se acabara de preparar como neurocirurgião, para a 13 de Janeiro de 1960 efectuar a tão aguardada primeira operação de Neurocirurgia no Hospital de S. João, e depois começar a operar também no Hospital de Santo António.
Finalmente podia o Dr. Corino deixar de pedir e ajudar cirurgiões gerais a operarem os doentes cirúrgicos do seu serviço, porque passara a ter na equipa um neurocirurgião preparado no centro neurocirúrgico então considerado o melhor da Europa.
Mantendo sempre a sua ligação aos mestres de Edimburgo, aberto a tudo que permitisse o desenvolvimento da neurocirurgia em Portugal, estudioso e culto, o Dr. Rocha Melo rapidamente se impôs no Hospital, no ambiente médico da cidade, granjeando um merecido prestígio junto dos doentes, da cidade e dos seus pares, em Portugal no estrangeiro.
É com melancolia, saudade e serena tristeza que nos lembraremos do Dr. Rocha Melo indissociável da família, do Dr. Rocha Melo da Fundação de Serralves, do Dr. Rocha Melo da Liga dos Amigos do Hospital de Santo António, do Dr. Rocha Melo da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia, do Dr. Rocha Melo na freguesia de Novelas sua terra natal, do Dr. Rocha Melo para quem o "veganine" era o seu remédio pessoal cura tudo, o chá a bebida de sempre e uma omelete uma refeição pantagruélica.
Será para todos os seus amigos, sempre, uma saudade e uma admiração a sua intuição clínica excepcional, a sua forma suave e leve de operar, a sua abertura e estímulo ao progresso dos mais jovens (todos nos lembramos do "se eu não estiver vão começando", que significava "façam vocês que eu sei que já são capazes").
Interessado por muito mais do que pela sua amada neurocirurgia, Rocha Melo representava bem a verdade daquela frase de Abel Salazar que constituiu lema do Instituto de Ciências Bio-médicas Abel Salazar (ICBAS) : "Médico que só sabe de medicina nem de Medicina sabe".
Não foi por se entregar intensamente à sua profissão, não foi pelo cansaço de horas e horas a operar nem pelo esgotante trabalho a que a sua clínica o obrigava, que o Dr. Rocha Melo sentiu alguma vez desejo de a mais nada se dedicar do que à sua família e à sua profissão.
Pelo contrário, apesar do quotidiano pesado que era o seu, sempre se manteve interessado e alerta para tudo o que socialmente nos rodeava, afirmando a sua formação democrática no tempo da ditadura, participando na vida cultural da cidade, sendo durante vários anos presidente da Liga de Amigos do seu Hospital, ligando-se à Fundação de Serralves, enfim, vivendo não só como médico de nomeada, mas também como culto cidadão da sua cidade e do mundo.
 
É a lei da vida ou o que é o mesmo a lei da morte.
Retratado pela equipa que com ele conviveu com uma vivência de vida preenchida, deixou saudade e obra, deixou discípulos e amigos, gratidão em centenas e lembrança constante nas gerações que lhes seguiram.
Eu tive o privilégio de conhecer melhor quando me observava, mas quem com ele conviveu mais de perto foi o meu pai António da Silva Meireles, quando se tornaram sócios fundadores da Associação dos Amigos Museu Municipal de Penafiel, da Associação Para o Desenvolvimento da Freguesia de Novelas, e amigo do seu amigo em momentos decisivos, sendo atribuído o seu nome a uma rua na freguesia de Novelas.
Mas o Dr. Rocha Melo foi muito mais, em 1970 foi o nono defensor e Membro da Comissão Nacional de Socorro a Presos Políticos, tendo contribuído para a libertação ou absolvição de pena de mais de 400 presos no movimento judicial ou prisional anterior á revolução.

Foi medalhado no dia 24 de Abril 2007 pela Câmara do Porto, em reunião de Câmara de 4 de Maio de 2007 aprovado um Voto de Pesar proposto pelo Sr. Presidente da Câmara de Penafiel e em 23 de Maio de 2007 os amigos do museu municipal de Penafiel prestaram-lhe uma singela homenagem.

E foi exactamente no último dia primaveril de 2007 que partiu, foi esta a imortalidade possível que Rocha Melo conquistou e que vai estar viva enquanto um de nós, da sua família, dos seus doentes, do seu Hospital, dos seus discípulos, dos seus amigos, viver e se lembrar, os restos mortais as cinzas de uma nova vida, encontram-se no túmulo familiar do Cemitério de Novelas, deste dia 4 de Maio de 2007 na freguesia de Novelas.
Foi este cidadão, este amigo e este mestre, que a medicina portuguesa, o país, a cidade, e a freguesia de Novelas perderam.
Não é difícil saber quem era!
Ser neurocirurgião de uma maneira geral não tem heranças genéticas no entanto os valores e princípios sim, ligam-nos para sempre socialmente como aconteceu em 1994 nesta Junta de freguesia com seu sobrinho Rui Jorge Sousa da Rocha Melo, e eu ao contrário de quem facilmente faz por esquecer, porque não se interessa por ler ou escrever ou até porque não o sabe fazer, aprofundo o conhecimento de Homens ou Mulheres com um “H” ou um “M” maiúsculo, para que permaneçam vivos na memória dos Novelenses.
No entanto outros há, que facilmente arrumam a história da freguesia, de quem até a morte de alguns se torna um caminho mais fácil para outros, e se borrifam para o que se diz.
Honrando os princípios, marcando a diferença, não deixando que a memória se apague, aqui fica o meu registo para que o passado não safe Homens que fizeram parte de gente de grande valor naturais da freguesia de Novelas – Pnf.


Novelas 27 de Abril de 2013
Rfbmeireles.


sexta-feira, 26 de abril de 2013

25 DE ABRIL EM BAIÃO.

REGIÃO: Baião: 
25 de Abril evocado com programa solene e musical
 

O trigésimo nono aniversário da revolução de 25 de Abril foi assinalado no concelho de Baião através de uma sessão solene da Assembleia Municipal e de um espetáculo musical que teve lugar no Auditório Municipal.
A sessão solene teve início marcado para as 10h30 no Salão Nobre dos Paços do Concelho e foi complementada com o lançamento de morteiros, por volta das 12h15. 
Por sua vez o espetáculo musical resultaou de uma organização conjunta entre a Câmara Municipal de Baião e a AASCTC – Baião. As palavras estiveram a cargo de Lourdes dos Anjos, que foi acompanhada pelos músicos Carlos Andrade, João Teixeira e José Silva. Este evento teve início às 16h30 e é certo que não faltaram no alinhamento do espetáculo os composições musicais de Adriano Correia de Oliveira ou de Zeca Afonso. 
Ambos os momentos de evocação e celebração do 25 de Abril tiveram entrada livre.

Segunda-feira, 22 de Abril de 2013 Publicado por Notícias de Resende 



25 DE ABRIL 2013 EM NOVELAS.


NOVELAS NÃO DEIXOU ESQUECER ABRIL!


Nestes dias de Abril de 2013, mais propriamente no dia 25 acordei exactamente a pensar quando tinha  9 anos de idade. Andava na 4ª classe na Escola América Cardeal Rocha Melo em Novelas, e com a professora ao meu lado fazia junto ao quadro gizado a branco a leitura da “Bela Infanta” do livro intitulado “CAMINHOS”. Estávamos então em 1974 …
Recordo, quando lia: “Deitou os olhos ao largo, viu lá vir uma grande armada; e o capitão que nela vinha, que tão bem a governava; ” Mais á frente lia-se:  “Na ponta da sua lança, a cruz de Cristo levava”.
Fiquei perplexo, a revolução do 25 de Abril foi há 39 anos, os capitães de Abril já poucos restam, e metade da população do país já terá nascido após aquela data.
Neste dia fiquei feliz porque vi a minha aldeia, com entusiasmo a lembrar a história de Abril contada por crianças, com uma excelente peça de teatro e algumas cantigas que marcaram o 25 de Abril. No entanto surpreende-me que em tempos de sofrimento e pobreza escondida, se continue a ignorar os verdadeiros valores de Abril, apesar da música pimba não se sobrepor nem se juntar ao Zeca.
Passaram 39 anos, e dia a dia mesmo amedrontado com a espada; que nos é apontada com uma ditadura modernizada; o povo ainda suplica sem fazer nada. Resta a chegada duma grande armada, e de um capitão a empunhar na ponta da sua lança a cruz que Cristo levava.
Uma vez que me rasgaram a máquina do tempo para voltar a ter esperança; leva-me a acreditar, que actualmente um povo desunido; sem solidariedade ainda rejubila com a revolução mas sem fazer nada!
Roubaram-me o sonho, roubara-me o orgulho, roubaram-me a dignidade.
Peço ao mundo inteiro que me deixe ouvir de novo os passos na calçada, a voz do Zeca a cantar; o Povo a sorrir e a sonhar; com a construção de um novo País... fazendo outra vez... Com que sinta orgulho de ser Português!

Novelas 25 de Abril de 2013



terça-feira, 16 de abril de 2013

SENTIDA HOMENAGEM

JOÃO DA ROCHA


Novelas recebeu com tristeza, este Domingo dia 14 de Abril de 2013 em Novelas, a notícia da morte de João da Rocha.
Admirado, mesmo em silêncio, por conta de outros e contra a sua força de vontade,esta figura marcante honesta, amigo, trabalhador, sonhador,  não conseguiu superar a doença.
Da sua partida dele apenas lembro as coisas boas, uma vez que ensinou que o dom da vida é uma coisa maravilhosa.
Sinto que, enquanto ser humano as saudades de todos aqueles que gostavam de pensar, debater, confrontar ideias e pensamentos na inesperada surpresa da vida, jamais deixarão a sua determinação, coragem e lealdade aos princípios e valores humanos que ensinou.
Será que alguma vez voltaremos a encontrar aquela oficina encantada que construiu muitos sonhos, onde aprendeu sozinho e achava que para executar a profissão era necessário um certo talento inato que o levou a trabalhar mais a sério quando verificou que ali estava o engenho e arte.
As marcas concentraram os seus valores na Paróquia de Novelas, e a viola ou a guitarra presenteava um passatempo como forma inovadora na freguesia, vindo à muitos anos a incorporar uma função artística com o seu maior amigo no Grupo de Teatro de Novelas. 
Considerava-se um optimista por natureza, e das injustiças no mundo ele sonhou com a igualdade não sendo por isso difícil escrever algo sobre alguém de que gostamos e consideramos, principalmente quando essa pessoa estava próxima de nós e preenchia a vida de muitos Novelenses de alegria.
Amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito, mesmo juntinho ao coração.
Um dia a gente volta a se encontrar!

Novelas 16 de Abril de 2013
Rfbmeireles